Energia humana: inesgotável

Franca Severini

Definição etimológica: hu-ma-no, adjetivo 1: de, relacionado a, ou característico de humanos; 2: que consiste de humanos; 3 a: que tem forma ou atributos humanos; b: suscetível a ou representativo de compaixões e fragilidades de natureza humana. Origem: Inglês Médio humain, do Anglo-Francês, do latim humanus; semelhante ao latim homo, ser humano.

Energia, substantivo 1 a: qualidade dinâmica; b: a capacidade de agir ou ser ativo; c: uma força espiritual geralmente positiva; 2: esforço vigoroso de força: esforço; 3: uma entidade fundamental da natureza transferida entre duas partes de um sistema na produção de mudança física dentro do sistema e geralmente vista como a capacidade de executar trabalho.

Origem: Latim tardio energia, do grego energeia (atividade), do energos (ativo), do en + ergon (trabalho).

Com o artigo 3, a constituição da república da itália expressa o seguinte:

 “Todos os cidadãos possuem igual dignidade social e são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, língua, religião, opinião política, condições pessoais e sociais. É dever da República remover os obstáculos de natureza econômica e social que restrinjam a liberdade e a igualdade dos cidadãos, impedindo portanto o total desenvolvimento da pessoa humana e a participação efetiva de todos os trabalhadores na organização política, econômica e social do país.” A energia humana é a primeira e mais importante energia sustentável, renovável e inesgotável à nossa disposição, uma reserva preciosa ao serviço de todas as incontáveis atividades do homem.Shigeru egami, mestre em karatê (1912 - 1981) afirmou que “o problema da mente é um tema profundo. A obtenção de um estado mental superior, de autocrescimento e autopurificação é o objetivo definitivo alcançável por meio da prática. Você deve treinar seu corpo e sua mente. Do contrário, o treino não tem valor. A mente deve estar livre das impurezas da vida cotidiana por meio do contato espiritual com o próximo. A mente e o corpo são as duas rodas de um carrinho, e a prática correta não é enfatizar uma sobre a outra. Entrar em contato físico com o próximo também significa entrar em contato espiritual com ele. Na vida cotidiana, é necessário conhecer nossos relacionamentos com o próximo, como cada um de nós influencia os outros e como ideias podem ser trocadas. Devemos respeitar os outros e pensar o melhor deles. As pessoas devem ter a mente aberta e respeito pelo bem-estar e pela felicidade do próximo. Na luta, momento em que você transcende a mera prática, você obterá união com seu adversário”.

GEORGE WASHINGTON, QUE ENFRENTOU A TAREFA DE SER OBRIGADO A DESIGNAR UM assessor, escolheu um jovem, Alexander Hamilton. O ano era 1777, durante um inverno sombrio da Guerra da Independência, e Hamilton tinha 22 anos. É interessante notar a astúcia e consciência de Washington ao designar este jovem, inexperiente, arrogante e frágil oficial de artilharia. Em apenas alguns meses, Hamilton se tornou, nas palavras do próprio Washington, o assessor principal e mais confiável do comandante supremo. Designações no campo de batalha exigem um olhar muito astuto. Oficiais morrem, o vice comandante tomba com uma bala na cabeça, o oficial responsável deve imediatamente promover alguém para preencher o escalão vago. Com que base ele ou ela tomam tal decisão? Sem relatórios de personalidade, sem testes de QI ou entrevistas com o histórico de caso que remontam à infância: em vez disso, uma rápida avaliação de caráter, às vezes sob o fogo inimigo; a percepção de potencial. Talvez, durante momentos de crise, o caráter oculto se expresse melhor?

É uma pergunta que devemos fazer a nós mesmos que mira diretamente a importância da energia humana como principal expressão do valor de cada um de nós. Muitas vezes, o mundo da indústria pode ser comparado a um campo de batalha onde equilíbrios são determinados por diversas variáveis, desde a tecnologia às finanças, à economia e a outros fatores contingentes. O valor humano representa uma segurança firme dentro de uma empresa, embora muitas vezes seja oculta ou deixada de lado pela miríade de diferentes potenciais de crescimento.

Considerando um fator como certeza, como comprovado, o valor humano ou a energia humana é essencial, mas, muitas vezes, também não é despertada.

Em arte e ilusão, um estudo sobre a psicologia da representação pictórica de 1961, ERNST H. GOMBRICH sente que a ideia de natureza humana, de energia humana, fica protegida, escondida, removida, esquecida, e que ela pode ser descoberta apenas por introspecção ativa por meio da lente da mente, que ela é um tanto enganosa e não muito plausível. Espelhos contam apenas meias-verdades. Nossa imagem refletida é apenas metade das dimensões reais, é apenas metade da imagem que apresentamos e que outros veem.

E segundo algumas análises feitas por JOSÉ ORTEGA Y GASSET, filósofo e ensaísta espanhol (Madri 1883 – Madri 1955), aprendemos que “a maioria não consegue descrever a pessoa que está diante delas, mas ser incapaz de descrever não implica ser incapaz de ver”. No início do século 19, o poeta inglês John Keats escreveu: “Oh, se ao menos eu pudesse ter uma vida de Sensações em vez de uma vida de Ideias”. A energia humana é inesgotável e é a força que move a pesquisa, a tecnologia, as máquinas e toda a indústria. A energia humana é o núcleo dos estudos do proeminente economista americano Gary Becker, ganhador do Prêmio Nobel em 1992, com a seguinte motivação: “Por ter prolongado o domínio da análise microeconômica para um amplo limite de interação e comportamento humanos, incluindo o comportamento alheio ao mercado” e por ter mostrado como o capital humano tem relação próxima com o crescimento. Para aprofundar mais o assunto, é interessante a palestra que o Professor Becker realizou nesta ocasião intitulada “A Maneira Econômica de Ver o Comportamento”, disponível na internet. Em 2007, Gary Backer recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, uma das honras civis mais prestigiadas dos Estados Unidos.